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TEATRO

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Lenheiras de cuca Macuca

Lenheiras de cuca Macuca


dia 28 de Março pelas 16h00/ ano 2010

Cine Teatro de Estarreja


Encenação: José Caldas
Texto: João Pedro Mésseder
Dramaturgia: José Caldas, Clara Ribeiro e Filipa Alexandre
Apoio à pesquisa: Serafim Gesta
Interpretação e Produção:

ara Ribeiro, Filipa Alexandre
Marionetas e Página Web: EnVide nefelibata
Cenografia: Marta Fernandes da Silva
Figurinos e Design Gráfico: Patrícia Costa
Desenho de luz: João Abreu
Música de Cena: Hugo Morango

Lenheiras, mulheres que carregam lenha é uma viagem para a construção de uma identidade. A escavação por dentro daquilo que “parece ser” para tornar visível o invisível. Esteticamente é um tempo e espaço de ambiguidade, provocador de descobertas, reconhecimento e recriação por parte do espectador.
O espectáculo não pretende recuar ao tempo das lendas mas antes revisitá-las, com um olhar contemporâneo. Conhecedores que são destas lendas os espectadores sentir-se-ão de certa forma incluídos nela através do seu imaginário e da proposta cénica que deixa espaços em branco onde o público pode inscrever o seu texto interior.
As lenheiras são, no caso deste espectáculo, depositárias dessas histórias lendárias ou de fragmentos delas, transmitidos de geração em geração. E sabem desfiá-los como quem desenfia as contas de um colar. Ou como quem desata o fardo de lenha e pousa, um a um, os galhos e os pedaços de troncos que recolheu na mata.
As duas personagens transportam os dois feixes de lenha, duas pequenas máquinas de cena que se desdobram teatralmente nas várias cenografias e ambiências do espectáculo. Feixes que contém toda a matéria do sonho e da realidade cénica, objectos metamorfos que são fontes sonoras, complementos dos figurinos e apetrechos na construção das formas animadas.
O espectáculo é atravessado por narrativas interrompidas pelas narrações sonoras e visuais, com pequenos diálogos essenciais na progressão dramática e pelo movimento das actrizes e das formas animadas que criam um outro tipo de diálogos, remetendo para o metatexto simbólico.
Eis o pretexto para de repente sermos transportados para um tempo outro. Tempo durativo de palavras e silêncios, sons e imagens, em que a vida se não desumanizou ainda e conserva alguns dos laços que a prendem aos ciclos da terra e aos ritmos da natureza, a uma certa sacralidade da existência humana e natural, ao misterioso e ao desconhecido.
A valorização da tradição é a intenção maior do trabalho mas ao mesmo tempo articula-la com a nossa contemporaneidade deitando um novo olhar aos fantasmas da nossa identidade.

Companhia
A Companhia Teatro e Marionetas de Mandrágora está sediada em Gondomar. Desde Abril de 2002, data que marca o início da nossa Actividade que perseguimos a união de uma linguagem simbólica que conjugue o tradicional e o contemporâneo, é nesta simbiose, nem sempre pacífica que surge um elemento fundamental, a marioneta. Este elemento apoia-nos, nesta procura de uma identidade cultural própria.
O nosso objectivo é o de descobrir as potencialidades, estéticas, plásticas cénicas e dramáticas da marioneta em si mesma, como em interacção com o actor, é o de explorar a cultura, a crença, a lenda, aliando-os à urbe, à velocidade da aldeia global.
A mandrágora é uma planta cuja raiz se apresenta com a forma de uma figura humana que envolta em mistérios, lendas e misticismos não pode ser colhida por mãos pouco sábias. Quando bem colhida a sua raiz tem poderes analgésicos, alucinogénicos e afrodisíacos.

Lenheiras, ou antes: transportadoras de lendas
O mundo das lendas da literatura oral tradicional não se limita a ser um repositório de crenças e explicações fantasiosas, ancoradas a certos lugares e aos seus topónimos. Narrativa ou esboço de narrativa em que, por vezes, um fragmento de História e um delírio da imaginação se entreteceram, a lenda é também um viveiro de imagens e motivos, de ressonância por vezes arquetípica: mulheres cantoras, exiladas para sempre no interior de rochedos, rios tintos de sangue, carvão que se transforma em ouro…
Tais elementos de um imaginário vibrante – e também de forte potencial poético-visual (leia-se, espectacular) – mantêm relações com as antigas mitologias que não passam despercebidas. Sobre muitos desses motivos e episódios pairam, além do mais, a memória da presença árabe e a consciência, reforçada, de que Portugal é um lugar de miscigenação, de mestiçagem, um palco em que, ao longo da História, diferentes culturas conflituaram, por vezes se harmonizaram e finalmente se amalgamaram.
As mulheres lenheiras são, no caso deste espectáculo, depositárias dessas histórias lendárias ou de fragmentos delas, transmitidos de geração em geração. E sabem desfiá-los como quem desenfia as contas de um colar. Ou como quem desata o fardo de lenha e pousa, um a um, os galhos e os pedaços de troncos que recolheu na mata.
Eis o pretexto para de repente sermos transportados para um tempo outro. Tempo durativo de palavras e silêncios, sons e imagens, em que a vida se não desumanizou ainda e conserva alguns dos laços que a prendem aos ciclos da terra e aos ritmos da natureza, a uma certa sacralidade da existência humana e natural, ao misterioso e ao desconhecido.
João Pedro Mésseder

O espectáculo ” LENHEIRAS DE CUCA MACUCA” não pretende recuar ao tempo das lendas mas antes revisitá-las, com um olhar contemporâneo, para colocarmo-nos frente a frente com os nossos medos ancestrais.
A descida da montanha feita pelas duas Lenheiras é também a descida aos subterrâneos da nossa identidade. Um percurso simbólico através de quadros, imagens, tensões e sugestões que querem iniciar os nossos sentidos num ritual para dentro do nosso coração telúrico.
O texto de João Pedro Mésseder, criado especificamente para o trabalho, a partir da recolha de lendas locais, poeticamente elaboradas estímula a reconstrução de uma identidade própria.
A encenação de José Caldas, a partir do texto de Mésseder, transpõem cenicamente a dimensão onírica e simbólica das lendas através de metamorfoses constantes por parte da cenografia, dos objectos manipulados, do corpo e da voz dos actores e da musicalidade antropológica.
O espaço e o tempo não são definidos, para conquistar uma intemporalidade que estas lendas transportam através dos tempos. Arquétipos da cultura e sabedoria populares que encerram aspectos da nossa maneira de ser e sonhar.
Por isso a cenografia é a materialização deste mundo para além da realidade mas paradoxalmente utilizando matérias muito concretas que em constante transformação nos remeterão para outras dimensões do real. Ao mesmo tempo procurará criar um contra ponto contemporâneo às lendas, jogando com instalações que se articulam com a música, a luz e as formas animadas.


Mais informações:
www.marionetasmandragora.com
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